O glaucoma é uma doença ocular crônica e progressiva que pode levar à cegueira se não for diagnosticada e tratada corretamente. No Brasil, estima-se que mais de 2,5 milhões de pessoas convivam com a doença — e, o que é ainda mais preocupante, muitas delas desconhecem a condição. Diante desse cenário, é fundamental ampliar o conhecimento sobre o tema. Por isso, reunimos neste artigo os principais aspectos do glaucoma: suas causas, sintomas, formas de tratamento e estratégias de prevenção.
O que leva a pessoa a ter glaucoma?
O glaucoma ocorre, em geral, devido ao aumento da pressão intraocular, que danifica progressivamente o nervo óptico. Esse aumento de pressão acontece, principalmente, quando o humor aquoso — líquido produzido no olho — encontra dificuldade para drenar, acumulando-se no interior ocular. Como consequência, essa retenção de líquido pressiona as estruturas internas do olho, levando à lesão do nervo óptico ao longo do tempo.
Entre os principais fatores de risco, estão:
- Histórico familiar da doença;
- Idade acima de 40 anos;
- Etnia negra ou asiática;
- Miopia ou hipermetropia em graus elevados;
- Diabetes e hipertensão;
- Uso prolongado de corticoides.
Esses fatores, portanto, aumentam significativamente a chance de desenvolver glaucoma ao longo da vida, especialmente na forma mais comum da doença: o glaucoma de ângulo aberto. Além disso, é importante considerar que essa forma costuma evoluir de maneira silenciosa, o que reforça a necessidade de atenção redobrada aos fatores de risco.
Quais são os primeiros sinais?
Nos estágios iniciais, o glaucoma pode evoluir sem sintomas. Por isso, é conhecido como “ladrão silencioso da visão”. Contudo, à medida que a doença progride, o paciente pode notar:
- Perda gradual da visão periférica;
- Visão em “túnel” nos estágios mais avançados;
- Dificuldade para enxergar à noite;
- Em casos agudos, dor ocular intensa, enjoo, vômitos e halos ao redor de luzes.
Esses sinais não devem ser ignorados. O ideal é procurar o oftalmologista para avaliação com tonometria, campimetria e exame de fundo de olho.
É grave o glaucoma?
Sim, o glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo. Isso ocorre porque, ao comprometer as fibras nervosas do nervo óptico, a doença reduz progressivamente a capacidade visual. Por essa razão, como os danos não podem ser revertidos, o controle precoce torna-se essencial para preservar a visão.
No Brasil, os profissionais de saúde ainda diagnosticam a maioria dos casos apenas em estágios avançados, quando já houve perda significativa da visão. Por isso, a conscientização sobre a doença é tão importante.
Glaucoma tem cura?
Infelizmente, o glaucoma não tem cura, pois provoca danos irreversíveis ao nervo óptico. No entanto, o controle da doença é possível com o tratamento adequado e acompanhamento regular com um oftalmologista. O diagnóstico precoce é a chave para evitar a progressão da perda visual. Detectar o glaucoma no início permite estabilizar a doença e preservar a qualidade de vida e a visão do paciente por muitos anos.
Quais são os tratamentos disponíveis para o glaucoma?
O objetivo principal do tratamento do glaucoma é reduzir a pressão intraocular (PIO), evitando danos adicionais ao nervo óptico. As opções terapêuticas variam conforme o tipo e estágio da doença:
- Colírios hipotensores oculares: São a primeira linha de tratamento. Ajudam a diminuir a produção de humor aquoso ou aumentar sua drenagem. Devem ser usados diariamente e conforme orientação médica.
- Tratamentos a laser:
- Trabeculoplastia a laser: Indicado para o glaucoma de ângulo aberto, melhora a drenagem do humor aquoso.
- Iridotomia periférica a laser: Usada em casos de ângulo fechado, cria uma pequena abertura na íris para aliviar a pressão.
- Cirurgias:
- Trabeculectomia: Cria uma nova via de escoamento do humor aquoso.
- Implantes de drenagem (válvulas): Utilizados quando outras abordagens falham.
- Cirurgias minimamente invasivas (MIGS): Opções modernas com recuperação mais rápida, indicadas para casos leves a moderados.
O sucesso do tratamento depende da adesão rigorosa às orientações médicas e da realização de consultas oftalmológicas regulares.
É hereditário?
Sim, o glaucoma tem um componente genético importante. Indivíduos com parentes de primeiro grau diagnosticados com a doença têm um risco quatro a oito vezes maior de desenvolver o problema ao longo da vida. Por isso, o acompanhamento oftalmológico deve começar mais cedo nesses casos — idealmente antes dos 40 anos — com a realização de exames periódicos de pressão ocular e avaliação do nervo óptico. A hereditariedade torna o rastreamento precoce essencial para a prevenção da cegueira.
Por que o glaucoma pode causar cegueira?
O glaucoma causa, primeiramente, um aumento da pressão intraocular, que danifica progressivamente o nervo óptico — estrutura responsável por conduzir os estímulos visuais da retina até o cérebro. Como essas lesões são irreversíveis, a visão periférica vai se perdendo lentamente. Por consequência, o paciente pode não perceber a perda visual nos estágios iniciais. Em muitos casos, portanto, a doença evolui de forma silenciosa e sem sintomas perceptíveis, o que dificulta o diagnóstico precoce e aumenta o risco de danos permanentes. Quando o paciente percebe que está com a visão “em túnel”, muito da capacidade visual já foi perdida. Sem tratamento, o glaucoma pode evoluir para cegueira total e permanente.
Tipos de glaucoma
O glaucoma não é uma doença única, mas um grupo de condições que afetam o nervo óptico. Entre os principais tipos estão:
- Glaucoma de ângulo aberto: Forma mais comum. Tem evolução lenta e silenciosa, sem sintomas iniciais evidentes.
- Glaucoma de ângulo fechado: Causa aumento súbito da pressão intraocular, com dor ocular intensa, náusea e visão turva. É uma emergência médica.
- Glaucoma congênito: Acomete recém-nascidos. Pode causar olhos aumentados, lacrimejamento excessivo e sensibilidade à luz. Requer cirurgia precoce.
- Glaucoma de pressão normal: Ocorre mesmo com a pressão ocular dentro dos níveis considerados normais. Exige avaliação cuidadosa para diagnóstico.
- Glaucoma neovascular (maligno): Forma agressiva associada a doenças como retinopatia diabética. Provoca crescimento anormal de vasos sanguíneos que obstruem a drenagem do humor aquoso.
Como prevenir?
A principal forma de prevenção é o diagnóstico precoce, especialmente em pessoas com fatores de risco. A avaliação oftalmológica anual é indicada a partir dos 40 anos — ou antes, em caso de histórico familiar, diabetes, hipertensão, miopia alta ou uso prolongado de corticoides.
Os exames preventivos incluem:
- Tonometria: Mede a pressão intraocular.
- Campimetria: Avalia o campo visual.
- Fundo de olho: Examina o nervo óptico.
- OCT (tomografia de coerência óptica): Detecta lesões nas fibras do nervo óptico com alta precisão.
Quando procurar um oftalmologista?
Você deve consultar um oftalmologista o quanto antes se apresentar algum dos seguintes sinais ou condições:
- Idade acima de 40 anos, mesmo sem sintomas;
- Histórico familiar;
- Visão periférica comprometida (visão “em túnel”);
- Sensação de pressão ou dor nos olhos;
- Presença de halos coloridos ao redor de luzes;
- Diagnóstico prévio de diabetes, hipertensão ou miopia elevada.
Não espere os sintomas aparecerem — cuide da sua visão antes que seja tarde.
Realize exames oftalmológicos com regularidade e mantenha sua saúde visual em dia.
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Este conteúdo foi revisado pelo Dr. Luiz Osório Aguiar, CRM/RS 16496, médico responsável da Central de Consultas.