Câncer de próstata: causas, sintomas, tratamento e prevenção

O câncer de próstata é uma das doenças mais comuns entre os homens, especialmente em idades mais avançadas. Estima-se que seja o segundo tipo de câncer mais frequente na população masculina no Brasil, com altos índices de mortalidade, principalmente em estágios avançados. Neste artigo, abordaremos desde os sintomas iniciais, formas de diagnóstico, até as opções de tratamento disponíveis.

O QUE É O CÂNCER DE PRÓSTATA?

O câncer de próstata é um tumor maligno que se desenvolve nas células da próstata. Embora mais comum em homens idosos, também pode atingir homens mais jovens. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o segundo tumor maligno mais frequente entre homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma.

Como o Tumor se Desenvolve?

O crescimento acelerado e descontrolado das células da próstata resulta no câncer de próstata. Na maioria dos casos, esse crescimento é lento e pode permanecer assintomático por muito tempo. No entanto, alguns tumores crescem rapidamente e podem se espalhar para áreas próximas ou para órgãos distantes, como ossos e pulmões, aumentando o risco de complicações e mortalidade.

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QUAL É A FUNÇÃO DA PRÓSTATA?

A próstata atua como uma glândula no sistema reprodutor masculino, sendo situada na parte inferior do abdômen, à frente do reto e abaixo da bexiga. Devido à sua posição, ela envolve a porção inicial da uretra, o que significa que um tumor nessa região pode resultar em problemas urinários significativos. Portanto, a saúde da próstata é crucial não apenas para a função reprodutiva, mas também para o bem-estar urinário dos homens.

A função da próstata é produzir o líquido prostático, que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides. Em homens jovens, a glândula é pequena, em formato de maçã, com 20g, aproximadamente. Mas, com o passar dos anos, a próstata aumenta de tamanho, algo que pode estar relacionado ao câncer ou não.

QUAIS SÃO OS TIPOS DE CÂNCER DE PRÓSTATA?

Aproximadamente 95% dos casos de câncer de próstata correspondem ao tipo adenocarcinoma, que se desenvolve nas células glandulares da próstata. Esse tipo de tumor, por sua vez, pode variar em agressividade, sendo classificado em baixo, intermediário ou alto grau. Além disso, em estágios avançados, ele pode sofrer metástase, ou seja, espalhar-se para outras partes do corpo, aumentando os riscos e complicações para o paciente.

O tipo mais comum de adenocarcinoma da próstata é o adenocarcinoma acinar. Este é classificado de acordo com o Escore de Gleason (de 1 a 5), dependendo da sua agressividade. A nota 1 corresponde a tumores menos agressivos. Já as notas 2, 3 e 4 classificam tumores intermediários. Por sua vez, a nota 5 é utilizada para designar adenocarcinoma de alta gravidade.

Existem também outros tipos de câncer de próstata, que são mais raros, como, por exemplo:

  • Adenocarcinoma ductal: tipo raro que costuma surgir junto ao adenocarcinoma acinar;
  • Câncer de próstata de pequenas células (câncer neurorendócrino): tipo agressivo, com alta taxa de mortalidade;
  • Carcinoma de células escamosas da próstata: também pode ser bastante agressivo, principalmente em caso de metástase;
  • Carcinoma de células transicionais (câncer urotelial): geralmente, inicia nas células da uretra e se dissemina até a próstata;
  • Sarcoma de próstata: tumor agressivo, de rápido crescimento, que se desenvolve no músculo liso da próstata. Apesar de ser bem raro, é um tipo de câncer mais frequente na infância do que na vida adulta.

O QUE CAUSA O CÂNCER DE PRÓSTATA?

As causas do câncer de próstata ainda não são totalmente conhecidas pela medicina. Mas, é possível apontar algumas características que contribuem para o desenvolvimento da doença. Os fatores de risco de câncer de próstata são:

1. Idade Avançada

A idade é um dos principais fatores de risco para o câncer de próstata. A incidência da doença aumenta significativamente após os 55 anos, sendo mais comum em homens acima de 65 anos.

2. Histórico Familiar

Ter um histórico familiar de câncer de próstata pode aumentar o risco. Estudos indicam que homens com pais ou irmãos que tiveram a doença antes dos 60 anos apresentam um risco maior de desenvolvê-la.

3. Síndrome de Lynch

A Síndrome de Lynch, também conhecida como câncer colorretal hereditário não polipose, está claramente ligada a um risco elevado de desenvolver vários tipos de câncer, incluindo o câncer de próstata. Além disso, essa síndrome resulta de mutações em genes responsáveis pela reparação do DNA, o que aumenta a predisposição a diversas neoplasias. Portanto, compreender os fatores genéticos que contribuem para essa síndrome é fundamental na abordagem e na prevenção do câncer.

4. Sobrepeso e Obesidade

O excesso de gordura corporal pode interferir na produção de hormônios e fatores de crescimento, influenciando diretamente o desenvolvimento de tumores, incluindo o câncer de próstata. Além disso, pesquisas mostram que homens com obesidade apresentam uma probabilidade significativamente maior de desenvolver formas mais agressivas da doença. Isso se deve, em parte, ao fato de que a gordura corporal excessiva pode elevar os níveis de estrogênio, que estão associados ao crescimento tumoral.

5. Tabagismo

O uso do tabaco não está apenas ligado ao câncer de pulmão, mas também pode aumentar o risco de câncer de próstata. De acordo com um estudo da Universidade de São Paulo (USP), fumar pode agravar o prognóstico da doença, aumentando a mortalidade entre os pacientes diagnosticados.

6. Consumo Excessivo de Gordura

O consumo elevado de gordura, especialmente de carne vermelha e laticínios, está relacionado a um risco aumentado de câncer de próstata. Além disso, a ingestão excessiva de gordura pode provocar alterações hormonais que promovem o crescimento das células cancerígenas, segundo pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer. Portanto, uma dieta balanceada que inclua gorduras saudáveis, como as de peixes e azeite de oliva, é recomendada para reduzir esse risco e manter a saúde prostática.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DE CÂNCER DE PRÓSTATA?

O câncer de próstata costuma ser assintomático no início. Contudo, com o crescimento do tumor, podem surgir alguns sinais. Os sintomas de câncer de próstata avançado estão relacionados a problemas urinários, como, por exemplo:

  • Demora para começar e terminar a urina;
  • Diminuição do jato de urina, micção interrompida ou sensação de bexiga cheia mesmo após urinar;
  • Gotejamento depois de completar a micção;
  • Necessidade frequente de urinar, inclusive à noite;
  • Ardor ou dor consistente na micção;
  • Menos frequentemente, pode haver presença de sangue na urina ou no esperma.

Esses sinais nem sempre significam câncer, mas podem indicar outras doenças também. Um exemplo é a hiperplasia prostática benigna, aumento benigno da próstata que costuma afetar homens acima dos 50 anos naturalmente. Outra condição que pode causar sintomas é a prostatite, inflamação da próstata geralmente causada por bactérias. Portanto, para o diagnóstico correto, é importante consultar um médico urologista.

Se você tem entre 45 e 50 anos de idade, comece a prevenção ao câncer de próstata, mesmo sem apresentar sintomas. Agende uma consulta de Urologia na Central de Consultas pelo site centraldeconsultas.med.br ou telefone e WhatsApp (51) 3227-1515. Aproveite também para fazer seus exames como ecografia de próstata transretal, ressonância de próstata, PSA livre e PSA total. Saiba mais em centraldeconsultas.med.br/exames.

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Caso o tumor da próstata se espalhe para o restante do sistema reprodutor e para órgãos distantes (metástase), surgem outros sinais. Os sintomas de câncer de próstata metastático podem ser:

  • Cólica renal;
  • Insuficiência renal;
  • Disfunção erétil;
  • Dor óssea e fraturas patológicas (principalmente nas costas, quadril, pelve e joelho);
  • Dor lombar e compressão da coluna;
  • Infecção generalizada.

COMO DIAGNOSTICAR?

O urologista faz o diagnóstico do câncer de próstata (ou de qualquer outra condição que altere a glândula). Existem exames que, se combinados, podem identificar o tumor maligno. São eles: toque retal, dosagem de PSA e biópsia.

O toque retal avalia as partes posterior e lateral da próstata. O exame serve para identificar alterações na forma, tamanho ou textura, além de presença de nódulos suspeitos na glândula. Mesmo sem sintomas, homens a partir de 50 anos devem fazer consulta com urologista e realizar o exame de toque retal. Contudo, caso o paciente apresente fatores de risco para a doença, o exame precisa ser feito a partir dos 45 anos.

Já a dosagem de PSA mede a quantidade de antígeno prostático específico (proteína produzida pela próstata) presente no sangue. Níveis elevados indicam alterações na glândula como hiperplasia benigna prostática, infecções, IST e câncer de próstata.

Se o exame de toque retal e/ou PSA apresentar alterações suspeitas, o médico pode decidir realizar uma biópsia prostática. Durante esse procedimento, os médicos retiram pequenos fragmentos de tecido da próstata e os analisam em laboratório para determinar a presença de células cancerígenas. Essa análise é crucial, pois fornece informações sobre a agressividade do tumor e orienta as opções de tratamento.

. Os profissionais podem utilizar duas técnicas principais para realizar a biópsia: a biópsia transretal, que insere uma agulha através do reto, e a biópsia transperineal, que é feita pela pele do períneo. Além disso, esses procedimentos podem ser guiados por ultrassonografia ou ressonância magnética, o que ajuda a garantir uma maior precisão na coleta das amostras.

O médico urologista pode solicitar outros exames para confirmar o diagnóstico, verificar as áreas atingidas pelo tumor e decidir o melhor tratamento. Por exemplo, ele pode requisitar testes como a tomografia computadorizada, a tomografia por emissão de pósitrons, a ressonância magnética, a ecografia de próstata transretal e a ecografia de próstata via abdominal. Esses exames são fundamentais para monitorar a evolução do câncer de próstata e determinar a melhor abordagem terapêutica.

Além disso, a realização desses testes permite que o médico obtenha uma visão mais clara da extensão da doença, o que é crucial para o planejamento do tratamento. Portanto, manter uma comunicação aberta com o urologista é essencial para garantir que todos os passos necessários sejam seguidos no manejo da saúde prostática.

COMO É O TRATAMENTO?

O tratamento do câncer de próstata é conduzido por médico urologista especializado em oncologia. O procedimento escolhido para tratar o tumor depende de algumas características do paciente. Por exemplo, estado de saúde, doenças preexistentes, idade, expectativa de vida, desejo de ter filhos e preferências pessoais. Outros fatores como tamanho da próstata e grau, estágio e agressividade do tumor também são considerados.

Os médicos podem adotar a vigilância ativa (observação vigilante) para idosos e homens jovens que apresentam câncer de próstata de baixa agressividade e desenvolvimento lento. Ou seja, a estratégia é avaliar o tumor periodicamente através de exames. Se o médico observa agravamento da doença e riscos à saúde do paciente, ele adota outros tratamentos.

TRATAMENTO SEM METÁSTASE

Para os tumores de próstata sem metástase, localizados no interior da glândula, o tratamento padrão é a cirurgia oncológica da próstata, conhecida como prostatectomia. Os médicos têm três opções de abordagem: cirurgia aberta, videolaparoscopia ou cirurgia robótica. Durante o procedimento, não apenas a próstata é removida, mas também os tecidos ao redor, incluindo a uretra prostática e as vesículas seminais.

A escolha do método cirúrgico é influenciada por fatores como a experiência do cirurgião, o tamanho do tumor e a condição de saúde geral do paciente. Portanto, é crucial que os homens discutam todas as opções disponíveis com seu médico para determinar o tratamento mais adequado. Os médicos devem considerar que a prostatectomia pode resultar em efeitos colaterais significativos, como disfunção erétil e incontinência urinária. Esses efeitos devem ser discutidos com o paciente para que ele possa tomar uma decisão informada sobre o tratamento.

Além disso, os médicos geralmente complementam a cirurgia com radioterapia ou hormonioterapia para tratar o câncer de próstata localmente avançado, que se espalhou para áreas próximas. A radioterapia utiliza radiação de alta energia para destruir as células cancerígenas, enquanto a hormonioterapia visa inibir o crescimento do tumor ao controlar os níveis de testosterona, uma vez que esse hormônio pode estimular a progressão da doença. Essa abordagem combinada é essencial para aumentar as chances de controle da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente. A radioterapia atua destruindo as células cancerígenas por meio de radiação de alta energia, enquanto a terapia hormonal inibe o crescimento do tumor ao controlar os níveis de testosterona.

 

TRATAMENTO COM METÁSTASE

Para o câncer de próstata que já apresentou metástase, ou seja, quando o tumor se espalhou para órgãos distantes, o tratamento requer abordagens diferentes. As opções incluem radioterapia, hormonioterapia e quimioterapia, que consiste em uma combinação de medicamentos para combater as células cancerígenas.

Além disso, cuidados paliativos são fundamentais para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. O diagnóstico precoce e um tratamento adequado podem resultar em mais de 90% de chance de cura. Contudo, à medida que o câncer avança, os riscos de mortalidade aumentam, especialmente em homens mais velhos.

Após o tratamento, é essencial manter consultas urológicas regulares e realizar exames, como a dosagem de PSA a cada 3 ou 6 meses, para monitorar possíveis alterações na glândula.

COMO PREVENIR?

A prevenção do câncer de próstata pode ser feita com a adoção de hábitos saudáveis como:

  • Manter uma dieta balanceada;
  • Praticar atividade física;
  • Controlar o peso;
  • Reduzir o consumo de álcool;
  • Não fumar;
  • Consultar-se com médico urologista regularmente;
  • Fazer exames como toque retal, dosagem de PSA livre e PSA total, dentre outros.

Leia mais: Novembro azul: Saiba mais sobre a ecografia de próstata via abdominal

Agora que você já sabe como se prevenir do câncer de próstata, chegou a hora de cuidar da sua saúde. Na Central de Consultas, é possível agendar um atendimento de Urologia pelo site centraldeconsultas.med.br ou telefone e WhatsApp (51) 3227-1515. Além disso, você também pode fazer seus exames como ecografia de próstata transretal, ressonância de próstata, PSA livre e PSA total.

Se você tem 45 anos ou mais e tem fatores de risco para o câncer de próstata, comece a fazer a prevenção. Lembre-se de que, com o diagnóstico precoce, a doença tem altas chances de cura e você evita complicações do tumor.

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