Herpes zoster, também chamado popularmente de cobreiro, é uma doença provocada pelo vírus varicela-zoster (VVZ). A patologia é caracterizada pelo surgimento de vesículas dolorosas na pele (pequenas bolhas vermelhas com líquido dentro). Em pessoas imunocomprometidas, o herpes zoster pode causar dor crônica, que permanece mesmo após as erupções cutâneas desaparecerem.
Continuando a leitura, você vai saber mais sobre as principais características dessa doença, como:
- Transmissão;
- Sintomas;
- Fatores de risco;
- Tratamento;
- Prevenção;
- Complicações.
Lembre-se de que ao surgirem sinais da patologia (como vesículas dolorosas na pele), é importante procurar um médico. O herpes zoster pode ser tratado em diferentes especialidades, dependendo dos sintomas apresentados. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, menores são os riscos de complicações e recidivas no futuro.
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COMO O HERPES ZOSTER É TRANSMITIDO?
Como dito anteriormente, cobreiro é uma doença viral, provocada pelo varicela-zoster (VVZ). Este é o mesmo vírus responsável pela catapora (varicela). Então, ter contraído catapora anteriormente (geralmente na infância) é a razão mais comum para um diagnóstico de herpes zoster.
O que acontece é que, ao causar varicela, o VVZ se dissemina na corrente sanguínea. Em seguida, ele se desloca para os nervos espinhais e cranianos, onde fica em estado de latência. Dessa forma, o vírus pode ser reativado muitos anos depois, a partir de algum gatilho, e resultar em herpes zoster.
A principal razão para a reativação do vírus é o comprometimento do sistema imunológico. Os motivos para isso ocorrer são diversos, como doenças, transplantes de órgãos, uso de medicamentos e idade avançada.
O herpes zoster também pode ser contraído no contato com as secreções das vesículas de uma pessoa infectada. Contudo, essa é uma forma de contágio bem mais rara. Geralmente, ao contrair o VVZ pela primeira vez, a varicela é a doença que se manifesta primeiro.
Reinfecções de varicela-zoster podem acontecer também. Além disso, como o vírus fica latente no organismo, é possível que ocorram recidivas (herpes zoster recorrente). Porém, as duas situações não são muito comuns. Apenas cerca de 4% das pessoas imunocompetentes têm a patologia mais de uma vez. No entanto, o risco de um novo quadro de cobreiro é maior para idosos e indivíduos com doenças crônicas.
O VVZ faz parte da família dos herpesvírus, assim como os herpes simples (HSV) tipo 1 (herpes labial) e tipo 2 (herpes genital). Contudo, há divergências. O HSV também fica latente no organismo e pode sofrer recidivas, mas não está associado a outras doenças além de herpes. Portanto, é diferente do VVZ, que provoca duas doenças: varicela e herpes zoster.
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QUAIS SÃO OS SINTOMAS DE HERPES ZOSTER?
Vesículas
O herpes zoster é caracterizado por erupções vermelhas dolorosas e com secreção. As lesões ficam agrupadas em uma área delimitada da pele, como se fosse uma “faixa”. Esta porção cutânea é chamada de dermátomo.
Ao ser reativado, o vírus se desloca da raiz nervosa em que ele está encubado até a pele. Assim, apenas a parte da pele com nervos sensoriais originados na mesma raiz é afetada (dermátomo). Por isso, as vesículas costumam aparecer apenas em um lado do corpo.
As regiões mais afetadas por herpes zoster são pescoço, tórax, abdômen e costas. Contudo, é possível que as erupções surjam na face, no couro cabeludo, em um braço ou em uma perna. Ainda, a doença pode atingir o nervo oftálmico (herpes zoster oftálmico, HZO) e o nervo facial (Síndrome de Ramsay Hunt). Nessas circunstâncias, o varicela-zoster causa lesões na córnea e no ouvido, respectivamente.
Em pessoas imunocompetentes, as vesículas cicatrizam sozinhas dentro de 7 a 10 dias, aproximadamente. As bolhas estouram naturalmente, secam e criam uma crosta na região. Dessa forma, o vírus sai da pele e volta para o nervo, retornando ao estado de latência. Portanto, a possibilidade de recidiva não deve ser descartada, embora não seja tão frequente.
Na maioria dos casos, quando as lesões cicatrizam, os riscos de transmissão do vírus são muito baixos. Isso porque o herpes zoster localizado não costuma ser transmitido pelas secreções respiratórias. Contudo, em caso de herpes zoster disseminado, há o risco de contágio da doença pelo ar.
Dor na região das lesões
Outro sinal de herpes zoster é a dor (sensação de “punhalada”) no dermátomo afetado. Inclusive, o sintoma surge entre um e dois dias antes das erupções cutâneas. Ardor, formigamento, vermelhidão, coceira, pressão, adormecimento ou hipersensibilidade também podem acompanhar o desconforto.
Como já mencionado, a dor pode permanecer mesmo depois de as vesículas desaparecerem. Essa condição é chamada de neuralgia pós-herpética (NPH) e dura mais de 3 meses. A dor é intensa (em muitos casos, até incapacitante) e pode ser constante ou intermitente.
Outros sintomas
Outros sintomas de herpes zoster são mal-estar, fadiga, febre baixa (entre 37° e 38°), calafrios, dor de cabeça e distúrbios gastrointestinais. Em diagnósticos de herpes zoster oftálmico, podem ocorrer problemas de visão. Já em pacientes com Síndrome de Ramsay Hunt, são observados sintomas de labirintite (zumbido no ouvido, vertigem) e diminuição da audição.
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O cobreiro não causa vesículas em todos os casos da doença, apesar de ser o sinal mais comum. Portanto, é importante ficar atento aos outros sintomas, especialmente febre baixa, dor, formigamento e vermelhidão na pele. Fazer o diagnóstico no início da inflamação é importante para evitar sequelas da patologia, principalmente para pessoas com sistema imunológico debilitado.
QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO PARA HERPES ZOSTER?
Como já mencionado, depois de um diagnóstico de varicela, o VVZ permanece em estado de latência para o resto da vida. Então, o vírus pode ser reativado muitos anos depois da infecção inicial. Os fatores de risco para a manifestação de herpes zoster são:
- Diabetes;
- Hipertensão;
- HIV e AIDS;
- Lúpus;
- Câncer;
- Leucemia;
- Transplante de órgãos e medula óssea;
- Estresse;
- Infecções virais;
- Uso de medicamentos imunossupressores;
- Quimioterapia ou radioterapia;
- Idade acima de 50 anos.
Essas condições também aumentam os riscos de herpes zoster recorrente e de complicações derivadas da doença.
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COMO TRATAR O HERPES ZOSTER?
O tratamento de herpes zoster deve ser iniciado em até 72 horas após o surgimento dos sintomas, preferencialmente. Isso porque os remédios tornam-se ineficazes quando as vesículas formam crostas e cicatrizam (afinal, o vírus já voltou ao nervo). Ademais, quando o tratamento é realizado ainda nas primeiras horas, diminuem-se os riscos de neuralgia pós-herpética.
Para pessoas sem risco de agravamento da patologia, o tratamento é sintomático. Os sintomas de cobreiro são combatidos com medicamentos antivirais pelo período de 7 a 10 dias, aproximadamente. A medicação também ajuda a diminuir os riscos de complicações futuras, por isso o tratamento é importante para pessoas imunossuprimidas.
A dor é tratada com o uso de analgésicos. Já em caso de infecção bacteriana secundária, antibióticos são utilizados.
Lembre-se que a automedicação nunca é recomendada. Inclusive, não devem ser utilizados cremes ou pomadas nas lesões, pois os produtos podem irritar ainda mais o dermátomo sensibilizado.
A pele com bolhas deve ser lavada apenas com água morna e sabonete neutro, sem bucha de banho. A região inflamada precisa ser seca com uma toalha limpa, com cuidado e sem esfregar.
O herpes zoster pode ser tratado com médico infectologista ou dermatologista (em caso de lesões na pele). Já no diagnóstico de herpes zoster oftalmológico, um oftalmologista deve ser consultado. Por sua vez, é preciso procurar um otorrinolaringologista em caso de Síndrome de Ramsay Hunt. Os médicos irão indicar o tratamento adequado para os sintomas e complicações dessas variações da doença.
Diagnósticos de herpes zoster localizado podem ser tratados em regime ambulatorial. Mas, pessoas com herpes zoster disseminado devem ser hospitalizadas.
COMO EVITAR A TRANSMISSÃO DE HERPES ZOSTER?
O herpes zoster localizado (maior parte dos casos) dissemina-se através das lesões cutâneas, primordialmente. O perigo de transmissão ocorre:
- No contato direto com as bolhas e suas secreções;
- No compartilhamento de objetos (toalhas, roupas, roupas de cama etc.) que tiveram contato com as lesões e secreções.
Portanto, é recomendado evitar tocar ou coçar as vesículas. Caso você toque nelas, é necessário lavar bem as mãos com água e sabão imediatamente. Além disso, as bolhas não devem ser estouradas manualmente ou com auxílio de objetos, de maneira nenhuma.
Outra recomendação é cobrir as lesões com roupas leves de algodão. Além de evitar a transmissão do varicela-zoster, isso também reduz o contato das bolhas com outras bactérias, que causam infecções secundárias.
A transmissão do vírus também pode ser controlada com vacinação. Contra o herpes zoster, existe a vacina dose única para pessoas acima dos 50 anos. Entretanto, indivíduos que tiveram a doença recentemente precisam esperar 12 meses até o fim dos sintomas para receberem a aplicação.
Também há a vacinação contra catapora, voltada principalmente para crianças. Para este público, existe a vacina tetravalente viral (que previne contra caxumba, sarampo, rubéola e varicela). Crianças de 15 meses de idade, que já tomaram a primeira dose de vacina tríplice viral, devem receber a aplicação.
Adolescentes e adultos ainda não vacinados também podem tomar a vacina contra varicela. Nesse caso, o esquema vacinal é de duas doses, com intervalo de dois meses entre elas. Existe também a vacina monovalente. Esta é recomendada para pessoas imunocompetentes maiores de nove meses de idade em casos de surto de varicela em ambiente hospitalar.
Contudo, existem contraindicações para a vacinação contra o vírus varicela-zoster. Pessoas com o sistema imune comprometido e gestantes não devem receber a vacina. Inclusive, é necessário evitar gravidez até três meses após a vacinação.
QUAIS SÃO AS COMPLICAÇÕES DE HERPES ZOSTER?
O herpes zoster pode causar complicações em diferentes órgãos. A sequela mais comum da doença é a neuralgia pós-herpética (NPH). É uma dor que resiste ao tratamento e persiste por mais de três meses após o surgimento das vesículas na pele. Essa condição atinge, principalmente, mulheres idosas que sofreram comprometimento do nervo trigêmeo com o vírus varicela-zoster.
Outras complicações de cobreiro são as infecções bacterianas secundárias. As vesículas são porta de entrada para bactérias diversas e outros problemas dermatológicos podem surgir na região lesionada. Alguns exemplos são erisipela, impetigo e abscesso. Além de inflamações na pele, as infecções bacterianas secundárias podem causar meningite, endocardite, encefalite, pneumonia e sepse.
Quando o vírus VVZ atinge os nervos da face, as consequências podem ser severas e irreversíveis. Em casos de herpes zoster oftálmica (HZO), existe o alto risco de que distúrbios oculares ocorram mesmo com tratamento. Necrose aguda da retina (NAR), esclerite e até mesmo perda de visão são consequências possíveis da doença. Já na Síndrome de Ramsay Hunt, pode haver labirintite, perda de paladar, perda da audição e paralisia parcial da face.
Complicações cerebrais também podem acontecer, como ataxia cerebelar aguda e Síndrome de Reye. A primeira afeta equilíbrio, coordenação, mobilidade e fala, enquanto a segunda causa inchaço no cérebro e problemas no fígado.
O herpes zoster também pode aumentar os riscos de problemas cardíacos e resultar em distúrbios na coagulação do sangue (trombocitopenia). Em pessoas imunossuprimidas, há ainda a possibilidade de varicela disseminada ou varicela hemorrágica.
Além disso, o varicela-zoster é perigoso na gestação. O vírus pode causar má formação, distúrbios oftalmológicos e problemas no sistema nervoso central do feto.
Em casos muito severos, que atingem pessoas com mais de 80 anos e com doenças crônicas (como AIDS, por exemplo), o herpes zoster pode levar à morte.
Lembre-se, ao surgirem sinais da doença, é importante buscar ajuda médica. Recapitulando, os sintomas de herpes zoster são:
- Erupções vermelhas com líquido dentro (vesículas, bolhas) em uma área delimitada da pele, agrupadas como se fossem uma “faixa” (dermátomo);
- Dor intensa na região das vesículas;
- Ardor, coceira, formigamento, adormecimento ou hipersensibilidade na região das bolhas;
- Febre baixa e calafrios;
- Mal-estar;
- Fadiga;
- Dor de cabeça;
- Distúrbios gastrointestinais.
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