A dor de estômago pode ser provocada por várias razões. É possível que ela seja sinal de doenças causadas por micro-organismos, consumo de gordura, tabagismo, medicamentos ou hereditariedade. Também, pode estar relacionada a tumores gástricos ou inflamações em outros órgãos (como intestino, esôfago, pâncreas, vesícula biliar e coração).
No artigo de hoje, vamos explicar quais são as principais causas da dor abdominal e como tratar cada uma delas. Neste texto, você vai saber mais sobre:
- Gastrite;
- Refluxo gastroesofágico;
- Úlcera no estômago;
- Gastroenterite;
- Pancreatite aguda;
- Câncer de estômago;
- Esofagite;
- Efeito colateral de endoscopia;
- Má digestão.
Se você tem dores de estômago, é importante procurar um médico gastroenterologista. Na Central de Consultas, é possível agendar um atendimento com essa especialidade pelo site centraldeconsultas.med.br ou telefone e Whatsapp (51) 3227-1515.
É importante buscar ajuda profissional sempre que o desconforto abdominal for intenso, duradouro e estiver acompanhado de outros sintomas.
Caso você prefira, ainda pode agendar uma consulta de telemedicina com clínico geral também pelo site centraldeconsultas.med.br ou telefone e Whatsapp (51) 3227-1515. Acesse centraldeconsultas.med.br/consulta-online para saber mais.
CAUSAS DA DOR DE ESTÔMAGO
Gastrite
A gastrite é uma inflamação do revestimento do estômago e pode ser aguda ou crônica. A gastrite aguda surge de repente. Já na gastrite crônica, a inflamação evolui aos poucos e dura meses ou anos.
Entre as principais causas da doença estão:
- Infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori);
- Doença autoimune (gastrite autoimune);
- Uso prolongado de medicamentos (anti-inflamatórios e ácido acetilsalicílico);
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
- Tabagismo;
- Uso de drogas;
- Exposição à radiação;
- Efeito colateral de cirurgia de redução de estômago, em casos raros.
Ainda, existem alguns fatores de risco para a gastrite, como: idade avançada, estresse, sedentarismo e sistema imunológico comprometido.
A dor acontece na região da boca do estômago, principalmente, mas pode irradiar para o resto do tórax. Outros sintomas de gastrite são mal-estar, gosto ruim na boca, gases (arroto, flatulência), azia, sensação de queimação e inchaço abdominal.
Também, pode ocorrer perda de apetite, indigestão e empachamento (sensação de estômago cheio mesmo em jejum ou após refeição leve). Alguns sintomas pioram quando a pessoa se deita depois de fazer refeições pesadas.
A gastrite ainda pode provocar náusea e vômitos. Caso haja presença de sangue no vômito, é necessário procurar um médico gastroenterologista ou clínico geral. Isso também é recomendado se o paciente tiver fezes pretas e com sangue.
O diagnóstico é feito com descrição dos sintomas, análise do histórico clínico e exames, como endoscopia e raio-X.
O tratamento é medicamentoso, geralmente. Os remédios para gastrite servem para diminuir a produção de ácido no estômago. Se a causa da patologia for infecção por H. pylori, antibióticos também são usados.
Algumas mudanças na dieta são indicadas pelos médicos, como reduzir o consumo de alimentos ácidos, condimentados, gordurosos, fritos e embutidos.
É importante estabelecer horários para fazer as refeições, mastigar bem os alimentos e evitar bebidas alcoólicas, cafeína e cigarro. Se a gastrite for causada por remédio, é necessário consultar o médico que o prescreveu antes de cortar o uso.
Sem tratamento adequado, a gastrite pode causar úlcera estomacal. É importante procurar um médico gastroenterologista. Na Central de Consultas, é possível agendar um atendimento com essa especialidade pelo site centraldeconsultas.med.br ou telefone e Whatsapp (51) 3227-1515.
Refluxo gastroesofágico
Corresponde ao retorno involuntário do conteúdo do estômago para o esôfago, de forma repetitiva. As principais causas do refluxo gastroesofágico são:
- Disfunção do esfíncter esofágico inferior (válvula localizada na passagem entre esôfago e estômago). Em condições normais, ele serve para impedir que ácido gástrico ou bile saiam do estômago e retornem ao esôfago;
- Hérnia de hiato (quando uma parte do estômago avança pelo esôfago até o diafragma);
- Músculos enfraquecidos no caminho entre esôfago e estômago (comum em bebês e crianças);
- Uso prolongado de remédios antidepressivos, anti-histamínicos, bloqueadores dos canais de cálcio (BCC), progesterona e nitratos.
Existem, ainda, alguns fatores de risco para a doença do refluxo gastroesofágico. São eles: obesidade, diabetes, tabagismo, ingestão de alimentos pesados antes de dormir e consumo de alimentos ácidos, condimentados e cafeinados. Outro hábito que facilita o aparecimento da patologia é o consumo de bebidas alcoólicas e gaseificadas.
Os sintomas de refluxo gastroesofágico são dor e peso estomacal. Também, ocorre indigestão, náusea, azia constante e queimação na boca do estômago (que pode irradiar para o peito e garganta).
Outros sinais são sabor amargo na boca, arrotos, tosse seca crônica (principalmente após refeições), rouquidão, dificuldade e dor para engolir. Pessoas com esse quadro clínico podem ter laringite, crises de asma, bronquite e pneumonia.
Em alguns casos mais graves, pode haver dor no tórax semelhante a dor de um infarto do miocárdio.
Um médico deve ser consultado quando surgem dor no peito ou doenças respiratórias. O diagnóstico é feito após exames como endoscopia com biópsia, pHmetria (medição de acidez) e manometria (análise do esfíncter esofágico).
O tratamento do refluxo gastresofágico também é realizado com remédios que diminuem a acidez estomacal. O gastroenterologista ainda pode recomendar mudanças na dieta, abandono do cigarro e prática de atividade física.
Esperar mais de 3 horas após refeições para deitar é outra medida que melhora a digestão e impede o refluxo. Além disso, é recomendado parar de usar roupas apertadas na região do abdômen.
Em casos graves, a cirurgia é necessária (principalmente quando há hernia de hiato ou quando o refluxo evoluiu para esofagite). O procedimento cirúrgico pode seguir o método tradicional ou a técnica laparoscopia.
Se não for tratado, o refluxo evolui para problemas graves, como esofagite, úlcera esofágica e até câncer de esôfago.
Úlcera no estômago
Úlcera é um tipo de ferida que surge em várias partes do corpo, incluindo o revestimento do estômago.
Assim como a gastrite, a úlcera estomacal (úlcera péptica ou úlcera gástrica) pode ser provocada pela bactéria H. pylori. O que causa úlcera no estômago também é:
- Consumo excessivo de gordura;
- Consumo de alimentos industrializados e ultra processados;
- Ingestão de alimentos ácidos;
- Excesso de bebida alcoólica;
- Uso de medicamentos anti-inflamatórios e ácido acetilsalicílico;
- Tabagismo;
- Estresse;
- Predisposição genética;
- Síndrome de Zollinger-Ellison.
A dor na boca do estômago é um sinal da doença, mas não é o único. Outros sintomas da úlcera gástrica são desconforto abdominal, azia, indigestão, gases, náusea, vômito com sangue e fezes escurecidas ou sanguinolentas.
Nessa patologia, também ocorre perda de apetite, perda de peso e dor e queimação na garganta. A dor estomacal e a azia costumam ocorrer quando a pessoa está em jejum.
Para diagnosticar a úlcera gástrica, o gastroenterologista pode fazer exames como endoscopia, raio X e biópsia do estômago.
A solução da úlcera estomacal também está associada ao bloqueio da acidez do estômago feita com medicamentos específicos. Se a doença for causada pela H. pylori, é necessário combater a bactéria com antibiótico. O gastroenterologista ainda pode prescrever alguns analgésicos para reduzir as dores e recomendar mudanças na dieta.
Quando o tratamento para úlcera gástrica não é feito corretamente, pode haver perfuração e obstrução intestinal, que precisam de cirurgia. A doença também aumenta os riscos para câncer de estômago.
Gastroenterite
A gastroenterite (infecção intestinal) é um tipo de inflamação que atinge a mucosa do estômago, intestino delgado e intestino grosso. Essa patologia é bastante comum em crianças de até 3 anos de idade.
O que causa gastroenterite é a contaminação por micro-organismos ou agentes químicos, como:
- Vírus: rotavírus, adenovírus, norovírus, sapovírus, astrovírus, HAV (hepatite A);
- Bactérias: salmonela, estafilococos, shigella, e. coli, bacillos cereus, listeria spp, campylobacter jejuni, yersinia enterocolitica, c. difficile, c. perfringens;
- Parasitas: giárdia, esquistossomose, toxoplasma gondii, entamoeba histolytica, cryptosporidium, isosopora;
- Fungos: cândida albicans;
- Agentes químicos: metal.
A transmissão ocorre nos alimentos, na água, no contato com pessoas infectadas e em alguns animais. O tempo de encubação da doença pode ser de 30 minutos até 3 dias.
Dor de estômago e diarreia repentina são sintoma comuns. Também pode haver fezes esverdeadas ou sanguinolentas, inchaço, gases, náusea, vômito, perda de apetite e mal-estar.
Dor de cabeça (casos leves) e febre (casos graves) também podem fazer parte de um quadro de infecção intestinal. Os sintomas de gastroenterite duram de 2 a 5 dias, geralmente.
Em caso leves e de curta duração, o tratamento pode ser feito em casa, com repouso e alimentação leve. É recomendada a ingestão abundante de líquidos (água, chá sem cafeína e soro caseiro) para evitar a desidratação do organismo.
Se os sintomas durarem mais de 3 dias (ou mais de 2 dias, em crianças), é necessário consultar um médico. O gastroenterologista pode prescrever antivirais, antibióticos ou antiparasitários para tratar o agente causador da patologia. Para impedir a desidratação, são usados isotônicos, soro de reidratação ou soro intravenoso.
Em casos graves, de sintomas intensos (como vômitos constantes), pode ser necessário ir até um pronto socorro. O médico faz exames para descobrir o agente causador da infecção e começa o tratamento de gastroenterite.
A infecção intestinal é prevenida com hábitos básicos de higiene. Como, por exemplo, lavar as mãos, lavar frutas e verduras, cozinhar bem os alimentos e beber água filtrada. Recém-nascidos e bebês ficam mais protegidos contra a doença com o aleitamento materno.
Também é possível impedir a gastroenterite viral com a vacina contra o rotavírus (VRH/VORH), disponível para crianças no SUS.
Leia mais: Infecção Intestinal no Verão: Saiba como prevenir e tratar
Pancreatite aguda
A dor de estômago pode ocorrer devido a uma inflamação no pâncreas. A pancreatite aguda é causada pela formação de cálculos no ducto biliar que obstruem e aumentam a pressão das vias biliares.
As possíveis causas da pancreatite aguda são:
- Consumo excessivo de álcool;
- Ingestão de alimentos gordurosos;
- Efeito colateral de medicamentos;
- Predisposição genética;
- Infecções virais (como caxumba e sarampo);
- Pedra na vesícula;
- Fibrose cística;
- Doenças vasculares;
- Lesões abdominais;
- Pós-operatório de cirurgias no abdômen ou no coração.
A dor da pancreatite tem forte intensidade e pode ser repentina. Também, é possível que atinja até a parte superior do abdômen e irradie para as costas. Geralmente, o desconforto não cessa quando a pessoa repousa.
Outros sintomas incluem distensão abdominal, prisão de ventre, vômitos, diarreia, sudorese excessiva, febre, pressão baixa e perda de apetite. A doença também pode causar desidratação e aumento da frequência cardíaca.
A pancreatite aguda tem cura. Mas, o tratamento deve ser emergencial e pode necessitar de internação hospitalar na unidade de tratamento intensivo (UTI).
O médico também pode recomendar medicamentos analgésicos para aliviar as dores, hidratação (pode ser intravenosa) e jejum. Se a causa da patologia for pedra na vesícula, o procedimento cirúrgico é necessário.
Se não for tratada, a pancreatite aguda causa insuficiência em órgãos além do pâncreas, como rins, pulmões e coração. Em casos extremos, a doença leva ao óbito.
Câncer de estômago
Úlceras não tratadas são a principal causa do câncer de estômago (também chamado de câncer gástrico). Outras razões para a doença são gastrite crônica não tratada e predisposição genética. Infecções prévias por H. pylori são fatores de risco.
Os sintomas do câncer de estômago são:
- Dor persistente no estômago;
- Náusea frequente;
- Vômito com sangue;
- Fezes muito escuras ou com sangue;
- Diarreia;
- Constipação;
- Perda de apetite;
- Perda de peso repentina;
- Azia constante;
- Sensação de inchaço abdominal após as refeições;
- Dificuldade para engolir;
- Icterícia;
- Fadiga.
O tipo mais comum de câncer gástrico é o adenocarcinoma (corresponde a 95% dos casos, aproximadamente). Outros tipos, mais raros, são os sarcomas e linfomas.
Essa doença é mais recorrente em pessoas acima dos 55 anos de idade. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cancro de estômago é o quarto tumor maligno com maior incidência em homens. Nas mulheres, é o sexto câncer mais comum.
O tratamento deve ser feito com gastroenterologista, o mais rápido possível. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, mas altas são as chances de cura da doença. O câncer de estômago pode ser descoberto em exames como a endoscopia com biópsia, ultrassonografia e tomografia computadorizada.
A neoplasia é tratada com cirurgia para retirado do tumor (e, em alguns casos, do estômago), quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia. Para aliviar os sintomas, o médico também pode prescrever alguns medicamentos, como antiácidos e protetores gástricos.
Esofagite
Inflamação do esôfago que pode ser causada por refluxo gastroesofágico, alergia alimentar, uso prolongado de medicamentos e vômitos constantes.
Além disso, a esofagite também é provocada por infecções por vírus, bactérias, fungos ou parasitas e problemas anatômicos no esôfago. Tabagismo, alcoolismo, obesidade, exposição à radiação, histórico familiar da patologia e comprometimento do sistema imunológico também são fatores de risco.
A dor de estômago da esofagite é mais forte à noite. A doença também provoca sensação de queimação no abdômen que piora após o consumo de gordura, fritura, cafeína e álcool.
Outros sintomas da doença são:
- Azia;
- Dor no peito (pode ser confundia com angina e infarto do miocárdio);
- Perda de apetite;
- Rouquidão;
- Tosse;
- Dor de garganta;
- Dificuldade para engolir;
- Gosto amargo na boca;
- Mau hálito;
- Náusea;
- Vômito;
- Em casos graves, pode haver sangue no vômito ou nas fezes.
O tratamento de esofagite também é feito com remédios para reduzir a acidez estomacal, além de mudanças na dieta. Se a doença é causada por alguma infecção, medicamentos para acabar com o micro-organismo também são utilizados. Casos graves de inflamação no esôfago podem necessitar de cirurgia.
Pedra na vesícula
O cálculo biliar, colelitíase ou colecistolitíase, pode ser outra explicação para a dor de estômago. Principalmente, quando esta é contínua e ocorre na parte superior direita do abdômen (dor embaixo da costela direita).
A dor da pedra na vesícula pode irradiar para as costelas e vir acompanhada de náusea, vômito, febre. Outros sinais dessa enfermidade são dor de cabeça, má digestão, inchaço, diarreia e icterícia. Porém, algumas pessoas não apresentam nenhum sintoma.
As possíveis causas da pedra na vesícula são:
- Consumo excessivo de gordura e carboidratos;
- Altos níveis de colesterol LDL e baixos níveis de HDL;
- Hipertensão;
- Diabetes;
- Sedentarismo;
- Obesidade;
- Alcoolismo e cirrose;
- Tabagismo;
- Uso prolongado de pílula anticoncepcional oral;
- Predisposição genética.
Em casos leves, o tratamento do cálculo biliar é feito com remédios (analgésicos, antiespasmódicos, antieméticos). Já em casos graves (inflamação aguda), a cirurgia de retirada da vesícula (colecistectomia) pode ser necessária e até urgente.
Efeito colateral de endoscopia
A dor pode surgir após um exame de endoscopia, devido a sonda utilizada no estômago durante o procedimento. O normal é que esse desconforto dure apenas por algumas horas.
Se a dor de estômago persistir por 2 dias, é necessário procurar um gastroenterologista e iniciar tratamento com remédios antiácidos. Mas, caso haja sangramento ou vômito, o atendimento médico deve ser emergencial, em pronto socorro.
Má digestão
A má digestão pode ocorrer por consumo de alimentos contaminados e intolerância alimentar. Ainda, pode acontecer quando uma pessoa come muito rapidamente ou exageradamente. Ingerir alimentos dessa forma irrita o estômago e, além de dor, pode provocar gases, refluxo, constipação ou diarreia.
Geralmente, a má digestão não é um problema sério. Mas, caso ela ocorra com frequência ou tenha outros sintomas além da dor abdominal, é necessário procurar um médico. O gastroenterologista ou clínico geral pode prescrever analgésicos para as dores. Repouso, hidratação e alimentações leves também são essenciais.
Depois de conhecer as principais causas da dor de estômago, chegou a hora de cuidar da sua saúde. Se você tiver dor abdominal acompanhada de outros sintomas, procure orientação médica.
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