Exame CPK: para que serve e quando é preocupante?

A creatinofosfoquinase, creatina quinase ou CPK é uma enzima encontrada nos músculos, coração, cérebro e pulmões. Sua função é acelerar a produção de energia nas células dessas regiões.

Realizamos o exame CPK para medir os níveis da enzima no organismo. Resultados elevados desse teste indicam suspeitas de danos nos músculos esqueléticos, músculos cardíacos ou tecidos cerebrais. Isso porque, quando esses órgãos sofrem lesões, eles liberam a creatinofosfoquinase na corrente sanguínea.

Um clínico geral ou especialistas diversos, como ortopedista, reumatologista, neurologista, cardiologista, pneumologista etc., podem solicitar o exame CPK. A dosagem da creatina quinase pode variar, dependendo do que o médico quer avaliar.

A razão disso é que dividimos o CPK em 3 isoenzimas, de acordo com seu local de atuação. Fazemos a classificação da seguinte forma:

  • CPK 1 (CK-BB): Encontrada principalmente no tecido cerebral e nos pulmões;
  • CPK 2 (CK-MB): Encontrada principalmente no músculo cardíaco;
  • CPK 3 (CK-MM): Encontrada principalmente nos músculos esqueléticos.

 

Então, o exame pode buscar avaliar apenas um tipo específico de CPK ou o CPK total. A isoenzima CPK 3 (CK-MM) é a que possui maior concentração no sangue, geralmente. Ela representa cerca de 95% de toda a creatina quinase presente no corpo humano. Já a CPK 1 (CK-BB) costuma ser a de menor quantidade no organismo.

Saber o tipo de creatinofosfoquinase que está alterada é um passo importante para identificar alguma patologia. Entretanto, apenas o exame de CPK não costuma ser o suficiente para realizar um diagnóstico. Sendo assim, o médico pode solicitar outros testes laboratoriais e analisar outros indicadores para resultados mais precisos.

 

COMO REALIZAMOS O EXAME CPK?

Realizamos o exame CPK coletando sangue. A preparação para o teste varia, conforme estabelecemos no laboratório. Portanto, não obrigamos o jejum, mas o local de realização do exame e o médico podem recomendá-lo.

Contudo, existem algumas recomendações importantes para evitar alterações nos resultados. Por exemplo, evitar exercícios físicos nas 48 anteriores ao exame, no mínimo. Isso porque a prática de atividade física intensa eleva o CPK no sangue, mesmo em pessoas saudáveis. Além disso, também recomendamos suspender o uso de medicamentos como Anfotericina B e Clofibrato, que alteram os níveis da enzima.

Na voz ativa, a frase seria:

Depois de realizarmos o exame CPK, um médico deve analisar o resultado. Em alguns casos, o médico pode solicitar uma nova dosagem da enzima dias após o primeiro exame, para confirmar algum diagnóstico.

Os valores de referência do exame CPK também variam conforme o laboratório. Mas, consideramos normalmente níveis de CPK entre 30 U/L e 200 U/L, aproximadamente. Além disso, os valores estão relacionados ao gênero, idade e massa muscular do paciente, sendo mais baixos para mulheres e idosos.

 

PARA QUE SERVE O EXAME CPK?

O exame de sangue CPK é importante para o diagnóstico de transtornos musculares, principalmente. Mas, dependendo dos sintomas e histórico de saúde do paciente, pode indicar patologias neurológicas, pulmonares e cardíacas. Além disso, o exame é útil para avaliar lesões recentes, doenças persistentes, condições autoimunes etc.

 

POR QUE PEDIR CPK?
O médico pode pedir o exame quando o paciente apresenta sintomas de CPK alto como:

  • Fraqueza muscular;
  • Cãibra e dor muscular;
  • Dormência e formigamento.

 

Esses são sinais comuns de problemas nos músculos. Mas, a alteração na enzima creatinofosfoquinase pode estar associada a outras condições, como lesões cardíacas (principalmente infarto do miocárdio). Nesse caso, um sintoma para ficar alerta é a dor no peito. Um médico deve analisar outros sinais específicos de doenças no tecido cerebral, pulmões, músculos cardíacos e esqueléticos.

 

RESULTADOS DO EXAME CPK

Na maioria das vezes, níveis altos da CPK indicam lesão nos músculos. Pois, como dissemos anteriormente, danos musculares liberam a substância na corrente sanguínea. Contudo, níveis muito baixos de CPK também podem indicar problemas na massa muscular. Ademais, menos frequentemente, a alteração na creatinofosfoquinase pode estar relacionada a condições neurológicas, cardíacas, pulmonares e até hormonais ou renais.

Além disso, os níveis alterados de creatina quinase nem sempre significam doenças e, às vezes, são apenas temporários. Por exemplo, podem ser decorrentes de cirurgias, exercícios físicos, medicamentos etc. Mas, para termos certeza, um médico precisa avaliar o exame de CPK. O profissional, seja ele clínico geral ou especializado em músculos, coração, cérebro e demais órgãos afetados, pode fazer isso.

A seguir, listamos as principais causas do CPK alto e CPK baixo.

 

O QUE SIGNIFICA CPK ALTO?

O CPK alto costuma estar relacionado a danos nos músculos, já que há uma concentração da enzima nessa região. Os principais problemas musculares associados ao aumento da substância são:

  • Doenças e traumas musculares;
  • Estresse muscular;
  • Lesões musculares recentes;
  • Inflamações musculares contínuas ou persistentes;
  • Distrofia muscular;
  • Miopatias.

 

Além disso, o aumento da enzima CPK pode ocorrer na prática de exercícios intensos e prolongados. Isso é comum para pessoas que fazem atividades extenuantes, como maratonas, triatlos e até musculação pesada. Ainda assim, a enzima aumenta temporariamente (cerca de 7 dias), voltando ao normal depois. Outras razões para a elevação temporária de CPK são acupuntura, injeções intramusculares, cirurgias, eletroneuromiografia e período pós-parto.

O CPK alto também pode indicar doenças autoimunes (lúpus, artrite reumatoide, Síndrome de Sjogren, Síndrome de Guillain Barré). Ainda, é possível que esteja associado a doenças do sistema nervoso, que afetam a musculatura esquelética. Por exemplo, esclerose lateral amiotrófica e atrofias musculares espinhais.

Outras condições relacionadas ao aumento da enzima CPK no sangue são poliomielite e síndrome pós-poliomielite. Além de problemas hormonais (hipotireoidismo, Doença de Addison, Síndrome de Cushing), esclerose sistêmica e insuficiência renal.

Já quando está relacionado aos músculos do coração, o CPK alto pode ser sinal de:

  • Infarto agudo do miocárdio;
  • Miocardite;
  • Ataque cardíaco;
  • Inflamação cardíaca;
  • Lesão no peito.

 

Porém, a CPK dos músculos cardíacos também aumenta temporariamente, resultado de cirurgia no coração ou choque elétrico após desfibrilação cardíaca.

Há ainda condições neurológicas que aumentam a enzima no sangue, como:

  • Tumor no cérebro;
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC);
  • Convulsões.

 

Por fim, insuficiência pulmonar, medicamentos (estatinas para abaixar o colesterol), drogas e álcool são outras explicações para o CPK alto.

 

O QUE SIGNIFICA CPK BAIXO?

Caos de CPK baixo são menos frequentes. Ainda assim, quando os níveis da enzima estão abaixo do normal, pode ser sinal de:

  • Sedentarismo;
  • Desnutrição;
  • Perda de massa muscular (principalmente em idosos)
  • Caquexia (perda progressiva de músculo, massa óssea e gordura, principalmente em pessoas com câncer terminal).

 

QUANDO O CPK É PREOCUPANTE?

Níveis muito altos ou baixos dos valores de referência de CPK já podem ser um alerta. Mas, além disso, é preciso analisar outras características do paciente. Como dito anteriormente, apenas o exame de CPK não costuma ser suficiente para diagnosticar alguma doença ou distúrbio. Portanto, o médico também deve considerar sintomas, histórico de saúde, fatores de risco e resultados de outros exames do indivíduo.

 

O QUE FAZER DEPOIS DO EXAME CPK?

Depois da dosagem de CPK, o médico fará a avaliação do resultado e decidirá qual o próximo passo. Por exemplo, confirmar um diagnóstico, fazer outros exames, encaminhar o paciente a outro especialista ou iniciar o tratamento da patologia identificada. Também pode ser necessário repetir o exame para descartar possíveis alterações no resultado ou para acompanhar a evolução da lesão.

 

AGENDE SEU EXAME CPK

A dosagem CPK é importante para o diagnóstico de diversas doenças musculares, cardíacas e neurológicas. Então, não deixe de fazer esse teste laboratorial, sempre que necessário.

 

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